Combustíveis do Futuro
O projeto de lei 4516/2023, tb chamado de “combustíveis do futuro”, foi elaborado pelo Poder Executivo e trata dos seguintes temas:
- mais etanol na gasolina
- mistura de biodiesel
- mistura da querosene de aviação
- combustíveis sintéticos
- análise de emissões de CO2
- captura de carbono
Com relação ao teor de etanol anidro na mistura com gasolina, o limite máximo foi elevado de 27,5% para 35%.
O PL já foi aprovado na Câmara dos Deputados e segue pra aprovação no Senado Federal. Caso seja aprovado, a lei só estabelece os limites mínimo e máximo. Cabe ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão vinculado ao Executivo, definir qual o percentual. Como é interesse do Executivo, certamente o limite máximo será usado.
Viabilidade Técnica
Curiosamente, apesar do PL já estar próximo de valer em território nacional, as autoridades ainda não elaboraram um estudo oficial de viabilidade técnica. Daí, tudo q há até o momento são as opiniões de oficinas e especialistas independentes. Q resumidamente são:
- o etanol é mais corrosivo q a gasolina
- o etanol é menos lubrificante q a gasolina
- o etanol tem menos poder calorífico q a gasolina
Dependendo do veículo, isso implica nos seguintes impactos:
Veículos Flex
Como já foram projetados de fábrica pra serem abastecidos tanto com etanol qto com gasolina, não serão muito afetados. Nesse caso, o principal impacto é apenas o aumento de consumo.
Veículos apenas à Gasolina (Injeção Eletrônica)
Nesse caso, provavelmente a central eletrônica ainda consegue fazer algumas regulagens (ex: ponto de ignição e injeção de combustível) pra manter algum desempenho do motor. No entanto, várias peças precisarão de mais manutenção:
- maior corrosão das peças de metal
- maior ressecamento das peças de plástico e borracha
- maior desgaste do motor
Finalmente, os principais impactos são: maior consumo e maior manutenção.
Veículos apenas à Gasolina (Carburador)
Aqui é onde realmente há um problema.
Além dos problemas acima, é comum tb os motores apresentarem baixo desempenho (ex: funcionamento irregular, baixa potência e dificuldade de partida a frio). Em alguns casos ainda dá pra fazer uma simples regulagem no distribuidor e no carburador pra ao menos colocar o motor em funcionamento, mas não é certeza.
Caso o PL não eleve tb o teor de etanol da gasolina premium (atualmente em 25% de etanol), eventualmente a solução seria essa: ie, abastecer os veículos carburados com gasolina premium.
Emissão de Carbono
A justificativa do Poder Executivo (autor desse PL) pra essas medidas é que, dentre outras, o etanol é menos poluente q a gasolina. Tipicamente são apresentados os seguintes números:
- 1 litro de gasolina produz 2,22 kg de CO₂
- 1 litro de etanol produz 1,51 kg de CO₂
No entanto, esses números não contam toda história. Tb devemos considerar q o poder calorífico do etanol é menor q da gasolina:
- 1 litro de gasolina produz 32 MJ
- 1 litro de etanol produz 21 MJ
Fazendo essa correção, obtemos:
- 1 MJ obtido de gasolina produz 69 gramas de CO₂
- 1 MJ obtido de etanol produz 72 gramas de CO₂
Ou seja, o etanol produz mais CO₂ por km rodado do q a
gasolina.
Então, qual o verdadeiro motivo pro Poder Executivo ter interesse nesse
PL???