Definição
Fobia de Matemática é descrita como um medo intenso, persistente, muitas vezes ilógico, de não ter sucesso em matemática. As pessoas que sofrem de fobia de matemática mantêm a crença de que são incapazes de lidar com a dificuldade associada ao aprendizado de matemática ou acreditam que “não podem” fazer matemática.
Sintomas
Para quem teve sucesso em matemática, a ideia de uma fobia de matemática é difícil de acreditar. No entanto, trata-se de uma condição real e debilitante que limita a vida diária de muitos adultos. A Associação Americana de Psicologia inclusive tem um código de diagnóstico para fobia matemática: Transtorno de Matemática.
Os sintomas mais comuns relatados por adultos com fobia de matemática são: pânico, paranoia, comportamento de esquiva (ou passivo) e falta de confiança.
Exemplos
Os adultos com fobia de matemática muitas vezes não conseguem equilibrar o talão de cheque ou firmam contratos baseados no conselho de outros porque não entendem o básico de finanças:
Tarefas simples tornam-se frustrantes. Imagine sair para jantar com os amigos. A conta chega e ninguém consegue descobrir quanto deveria dar de gorjeta. Pensar em números causa pânico, saber que algo precisa ser feito com esses números é ainda pior. Então o cliente apenas deixa uma nota de R$5 em vez de descobrir.
Tarefas mais complicadas, como o funcionamento de hipotecas, são tão assustadoras que se tornam impossíveis. Como temem números e não os entendem, acabam entrando em contratos de hipotecas que não têm como pagar. Simplesmente concordam com o que o corretor hipotecário diz. Durante a crise das hipotecas dos EUA em 2008, uma porcentagem significativa das pessoas que perderam suas casas sofria de fobia de matemática: por estarem tão paralisadas diante aos números, não percebiam o abismo que se aproximava.
Esse tipo de estratégia de esquiva pode causar prejuízos financeiros, com consequências para o indivíduo e família.
Causas
Vários fatores legítimos contribuem e aumentam a gravidade da fobia de matemática. O mais comum costuma ser experiências negativas nas seguintes áreas:
- influências familiares
- forma como a matemática foi ensinada
- fatores sociais
Essas experiências negativas causam ansiedade no aluno. Pesquisas mostram que a ansiedade afeta a memória de trabalho (ou curto prazo) do cérebro, a mesma área usada para fazer cálculos matemáticos. Conforme aumenta a ansiedade, o aluno é menos capaz de fazer as contas, criando ainda mais ansiedade. Semelhante num efeito “bola de neve” em contínuo crescimento.
Ao comparar alunos de alta ansiedade matemática com alunos de baixa ansiedade matemática, as pesquisas não costumam notar diferenças de desempenho em operações simples de números inteiros de um dígito. No entanto, assim que a dificuldade é aumentada para números inteiros de dois dígitos, as diferenças de desempenho tornam-se evidentes. Alunos de alto nível de ansiedade matemática levam quase três vezes mais tempo para completar as avaliações do que alunos de baixa ansiedade matemática. A taxa de erro também aumenta significativamente, mostrando a clássica troca de precisão por velocidade quando confrontados com material mais difícil. Isso indica a disposição de sacrificar a precisão em julgamentos especialmente difíceis, seja para evitar ter que lidar com os problemas de matemática ou simplesmente para resolver os problemas mais rapidamente.
Influência Familiar
Muitos acreditam que a capacidade em matemática é genética. Se os pais tiveram dificuldade em matemática, seus filhos também terão. No entanto a fobia de matemática não é genética, mas “altamente contagiosa”. Em muitos casos, as próprias inseguranças dos pais em relação à matemática são transferidas para a criança e, em seguida, carregadas para a idade adulta. Os pais têm uma grande influência em como as crianças se sentem em relação à matemática.
Isto é especialmente verdade para as meninas. Há o mito que as meninas não são tão boas quanto os meninos quando se trata de matemática, mas que as meninas são melhores que os meninos quando se trata de ler. Como esta crença se perpetua através das gerações, torna-se uma profecia auto-realizável com gerações de meninas acreditando que elas estão programadas para não serem capazes de fazer matemática.
Tratamento
Apesar da fobia em matemática ser debilitante, a boa notícia é que não é uma condição permanente. No entanto, os métodos de ensino para melhorar as habilidades matemáticas farão pouco efeito se a ansiedade não for tratada.
Os professores que trabalham com adultos que têm fobia de matemática precisam desenvolver estratégias para ajudar esses alunos a superar seus medos. Ensinar matemática aos adultos é muito parecido com esportes. A capacidade de fazer matemática é 90% de atitude mental e construção de confiança. Apenas 10% é de fato habilidade matemática. Adultos que são afetados por fobia de matemática precisam de ajuda para entender que podem fazer cálculos e que lentamente podem desenvolver a confiança para seguir em frente e superar seus medos.
Para o aluno avançar, os professores precisam trabalhar em paralelo tanto a ansiedade quanto as habilidades matemáticas. Matemática é uma disciplina acumulativa; os alunos precisam entender um conceito para passar para o próximo. Se uma habilidade é perdida, torna-se muito difícil passar para o próximo assunto. Isso parece estar na raiz da fobia de matemática.